terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

MILK11 - LAEP / PARMALAT

A nova dupla do mercado
Autor(es): Cláudio GRADILONE
Isto é Dinheiro - 27/02/2012



Por que o empresário Marcus Elias contratou Luiz Cezar Fernandes, fundador dos bancos Garantia e Pactual, para presidir a Laep, dona das marcas Parmalat e Daslu.

A biografia do banqueiro Luiz Cezar Fernandes se confunde com a história do mercado financeiro brasileiro. Ao lado de Jorge Paulo Lemann e Carlos Alberto Sicupira, ele é um dos fundadores do Banco Garantia, cujas atividades se iniciaram no fim dos anos 70. Fernandes deixou o Garantia em 1983 para criar seu próprio banco, o Pactual (hoje BTG Pactual), de onde sairia em 1999. A criação de Fernandes e seus sócios acabou se transformando no maior banco de investimentos independente brasileiro. Mesmo com tal biografia, Fernandes, 66 anos, tem estado afastado do mercado desde que deixou o Pactual. Ele ensaiou alguns retornos.

O mais recente foi em 2009, quando tentou adquirir as operações brasileiras do banco alemão Dresdner, sem sucesso. Agora, o banqueiro voltou à ativa: na sexta-feira 24, ele assumiu a presidência da empresa de participações Laep. O fundador, o também ex-banqueiro de investimentos Marcus Elias, vai presidir o conselho de administração. O crescimento da empresa justifica a entrada de um gestor experiente, afirma Elias. "A Laep tornou-se grande demais para que seu comando executivo fique a cargo de uma pessoa só", diz. A natureza do modelo de negócios, baseado no turn around de companhias com marcas fortes e finanças fracas, levou naturalmente ao nome de Fernandes – um especialista no assunto que aprendeu, na prática, com o sucesso e o fracasso de empreendimentos em sua longa trajetória.

"Nosso negócio é investir em empresas com problemas, recuperá-las e desinvestir. Para isso, precisamos de uma pessoa com o perfil de Luiz Cezar, que está acostumando com negociações complicadas." As atividades da Laep concentram-se em duas frentes: laticínios e varejo. Nos 12 meses terminados em junho de 2011, a Laep teve receita líquida operacional de R$ 139 milhões e lucrou R$ 34 milhões, segundo a Economática. A companhia possui 40% do capital da holding que controla a Lácteos Brasil (LBR). Produto de uma intrincada engenharia financeira que reuniu a Parmalat, comprada pela Laep em 2006, aos laticínios Bom Gosto e LeitBom, a LBR tem entre os seus sócios a GP Investiments e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Este colocou R$ 700 milhões para a formação da empresa por meio de sua companhia de participações, a BNDESPar. "Compramos a Parmalat em 2006 imaginando que o setor de laticínios no Brasil estava maduro para uma consolidação", lembra Elias. "Esse processo começou a ocorrer em 2010, provando que estávamos certos." Uma das prioridades na agenda de Fernandes será maximizar o valor desses ativos. Nas primeiras conversas com Elias, o banqueiro avaliou que ainda é cedo para desinvestimentos, pois o valor dessas participações pode ser bem maior em um ou dois anos.

"Vamos acompanhar o processo de gestão, ver onde é possível agregar valor, seja por meio de alterações no posicionamento de mercado, seja acompanhando as questões tributárias", afirma Fernandes.Os investimentos no varejo concentram-se atualmente na marca e nos ativos da Daslu, fundados pela empresária Eliane Tranchesi, que faleceu na semana passada (leia reportagem ao lado). A Daslu foi adquirida no início do ano passado. Com um nome consolidado no mercado de luxo e duas lojas em funcionamento, os planos são ampliar a rede para fora da cidade de São Paulo. Duas novas unidades, uma no interior paulista e outra em Brasília, devem ser inauguradas ainda este ano. "Vamos aumentar o mix de produtos e investir para que a Daslu seja uma marca reconhecida nacionalmente", diz Fernandes.

http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2012/2/27/a-nova-dupla-do-mercado

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